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  • Foto do escritorMarcelo Camargo

Prescrição subjetiva de esforço

Atualizado: 2 de out. de 2019

Por Marcelo Camargo


Percepção subjetiva de esforço é um dos parâmetros que podemos utilizar para avaliar e controlar o treinamento.


A “P.S.E” é utilizada através da tabela de Borg, em uma escala criada pelo fisiologista sueco Gunnar Borg para a classificação da intensidade. Essa escala em sua versão original varia numericamente de 6 a 20, tendo uma relação direta com a freqüência cardíaca de esforço onde, 6 é igual a 60 bpm e 20 é igual a 200 bpm.


Em uma outra escala adaptada podemos classificar de zero a dez o esforço realizado. O problema é que nem sempre corredores conseguem relacionar diretamente sua percepção ao nível de esforço aplicado.

Sendo assim, cabe aos corredores e treinadores o bom senso em orientar sua corrida através de mais parâmetros e não somente através da P.S.E, para que o controle do seu treino fique mais preciso.


“Prescrição” está relacionada à orientação de um treinamento e “subjetivo” é a opinião pessoal em respeito a algo.


Observe as seguintes situações:

O treinador prescreveu…

…“trote leve” e o atleta realizou o treino de forma ofegante,

…“trote firme” e o corredor preferiu correr com “dor no baço”.

…“corrida moderada”, o treino foi feito “no cacete”.

…”corrida forte” mas foi no nível: “num tô agüentando”.

…”tiros” e o corredor “gorfou”.


No meu ponto de vista, prescrições de treinamento utilizando parâmetros como “fraco”, “moderado” ou “forte”, dá oportunidade a níveis de intensidade amplos demais e de maneiras subjetivas a ponto do corredor poder ter realizado cargas maiores ou menores que a desejada pelo treinador.


Acreditando nesse ponto de vista, sou adepto ao controle preciso da intensidade de treino através de números. Para cada método de treino, uma intensidade diferente deverá ser realizada em “paces” controlados sistematicamente e assim teremos o controle total da carga imposta.


Já vi corredores saindo para um treino longo com a orientação de esforço prescrita como “moderada” para determinada distância e, ao final, perceberam que a duração realizada ficou bem abaixo do esperado. Em outro dia, seguindo a orientação do mesmo treino, finalizaram com duração bem acima do proposto, ou seja, geraram

cargas diferentes para um mesmo tipo de treino. Prescrições imprecisas acabam provocando essa distorção.


Há casos curiosos como o de realizar o treino de rodagem na mesma intensidade de treinos longos, o que seria incoerente com o objetivo para cada método. Ou, para piorar, realizar treinos intervalados como os “tiros” de 1 km, em intensidade maior ou igual a “tiros” de 500 m – afinal a indicação era de treino forte, mas não especificava a qual velocidade.

Sem orientação numérica de velocidade o atleta acaba realizando treinos distintos em “paces” iguais.

Não há coerência nisso.


O treinamento precisa ser realizado sempre de maneira organizada, sistemática e coerente. Fugir do que foi prescrito pelo treinador pode desencadear diversos processos inversos ao esperado, como a redução do rendimento ao invés da progressão – já que, ao invés de realizar o tal treino fraco, o corredor preferiu correr com “dor no baço”. Isso sem lembrar que no dia seguinte tem o tal treino forte, e assim, a somatória dos treinos errados poderá resultar em uma de velocidade longe do ideal para cada tipo de treino.


De acordo com a síndrome da adaptação geral (“SAG”) descrita por Seyle, os estímulos do treinamento são capazes de provocar adaptações ou danos ao organismo de acordo com o que for executado. Realizar um treino de maior intensidade no dia que deveria ser o oposto, não é uma boa opção. Determinar claramente a intensidade de cada sessão de treino é fundamental.


Prescrições subjetivas de esforço podem causar resultados imprecisos. Prescrições precisas, aumentam as chances de melhora do rendimento. Pense nisso!


Você tem alguma dúvida sobre treinamento ou quer a opinião do Marcelo?

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"Sempre tive receio de iniciar um treinamento com assessoria, pois minha maior preocupação era não ser orientada da maneira correta e de forma generalista. 

Já estou há 3 anos com o Marcelo Camargo e sei o quanto é essencial ter um profissional experiente que faz um treinamento específico e individual."


Natasha Borges - São Paulo/SP

Corredora e Fisioterapeuta

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